A entrevista foi concedida ao Jornal Capixaba que anunciou uma série de entrevistas com pré-candidatos a prefeito francisquense com foto do Site Voz da Barra.
O Jornal Capixaba, divulgando notícias com responsabilidade e respeito à ética desde 2003, quando o jornalismo digital estava ainda engatinhando, inicia hoje uma série de entrevistas com os pré-candidatos a prefeito de Barra de São Francisco/ES já declarados, para que o eleitor possa analisar os perfis e fazer sua escolha.
Para maior comodidade dos entrevistados, que não terão que usar seus tempos para receberem o repórter pessoalmente, os contatos e as perguntas serão enviadas por meio do Whatsapp, facilitando dessa forma tanto para o entrevistado, quanto para o entrevistador. Será uma entrevista por semana.
Este veículo de comunicação espera que os pré-candidatos ao serem procurados concedam a entrevista, para que a população conheça cada um dos entrevistados. São vários os pré-candidatos já declarados e começaremos pelo vereador Wilson Pinto das Mercês, o Mulinha,do PDT, cuja entrevista segue abaixo.
O prefeito, Alencar Marim (PT), atual administrador e candidato natural nas próximas eleições, por uma questão de respeito, fechará a série de entrevistas, oportunidade que poderá confirmar ou não a candidatura e ao mesmo tempo mostrar suas conquistas e projetos futuros no caso de reeleito. Acompanhe a entrevista:
JC: Recentemente foi aprovada uma lei de sua autoria, que permite acompanhantes em consultas médicas. O que o levou a criar essa lei?
Mulinha: Por diversas vezes pude presenciar atritos entre pessoas, vigilantes e médicos por causa de acompanhantes nas consultas realizadas, bem como denúncias feitas através dos meios de comunicações de assédio sexual e moral, seja por parte de médicos, bem como por parte de pessoas em consultas realizadas. E ao ler uma matéria sobre os direitos e deveres dos usuários da saúde e pesquisar sobre o assunto, tomei conhecimento da existência de uma Portaria do Ministério da Saúde, Portaria essa de nº 1.820, de 13/08/2009, em seu artigo 4º, que dispõe sobre o assunto, e também da existência de um Projeto de Lei que autorizava a pessoa não importando a idade de ter direito a acompanhante nas consultas médicas.
Por achar interessante o projeto, adaptei o mesmo para o nosso Município, e após levado ao plenário foi aprovado por unanimidade. Com a aprovação deste projeto haverá uma melhor segurança para as pessoas que estarão acompanhadas e em muitos dos casos o acompanhante poderá explicar melhor a situação da pessoa, os vigilantes que as vezes são alvos de críticas por cumprirem suas funções, bem como para os médicos que as vezes são acusados injustamente.
JC Houve uma denúncia recente de adolescentes que acusaram um médico local de tê-las assediado sexualmente. O comentário geral é de que esse não é um caso isolado. Você, que inclusive já atuou como diretor do hospital local, tem conhecimento de outros acontecimentos similares?
Mulinha: Através das redes sociais tomamos conhecimento dos fatos e estamos no aguardo do parecer da Policia Civil para saber da veracidade ou não da acusação, que está ouvindo ambos os lados para as providências cabíveis e assim tecermos nossos comentários. E como de fato fomos informados através das redes sociais de que esses acontecimentos não são fatos isolados no Município, e que muito das vezes as pessoas não se manifestam por terem medo e por não ter uma testemunha. Quando fui diretor que me lembre não chegou ao nosso conhecimento este tipo de denúncia de assédio sexual, mas sim de assédio moral, que inclusive foi encaminhado à justiça para as devidas providências.
JC: Para criar a lei você se baseou em alguma denúncia de eleitores?
Mulinha: De denúncia não, mas foi em virtude das diversas reclamações que chegavam até a nós pelas visitas constantes nas unidades de saúde e hospital, e por presenciarmos por diversas vezes discussões entre vigilantes que estavam realizando o seu trabalho e obedecendo a lei repassada aos mesmos, e pessoas que no momento das consultas queriam acompanhar.
JC: Mudando de assunto, tenho notado sua luta intensa em prol do Município em diversas áreas. Essa luta tem rendido pontos positivos ou tem encontrado obstáculos?
Mulinha: Assim como procurei trabalhar na gestão anterior em busca de recursos através de emendas parlamentares para o Município, e que tive êxito podendo indicar e ser atendido em diversas obras e ajuda a população rural, tenho procurado fazer o mesmo na atual administração e posso dizer que tem rendido pontos positivos, visto as diversas emendas que temos conseguido em favor do Município, e divulgado nas redes sociais, ficando triste diante dos obstáculos enfrentados, bem como o boicote a minha pessoa por fazer parte do grupo contrário a atual administração, não permitindo que exerça o mandato como gostaria de exercer em favor da população, principalmente em favor dos pequenos agricultores.
JC O que falta em Barra de São Francisco/ES que se fosse o prefeito faria de imediato?
Mulinha: Hoje o sonho da população é ter um terminal rodoviário, uma praça decente, além de verem os distritos serem ligados a sede com asfalto. Se fosse gestor estaria me unindo aos vereadores da situação e oposição, esquecendo o lado politico e indo a busca de emendas parlamentares junto ao governo estadual, aos deputados estaduais, federais e senadores, que na hora do voto vem em busca dos mesmos no Município, e junto aos ministérios do governo federal que tem muito recursos para os municípios, para que tais obras fossem realizadas, pois sabemos que o Município não possui recursos para tais fins. Hoje o governo tem condições de realizar o asfalto interligando os distritos à sede do Município, mas não tem condições de realizar o projeto e porque não buscar recursos para o projeto de asfaltamento e entregar ao governo para que assim possa realizar a obra.
JC: Você tem feito várias indicações ao prefeito atual. Qual é o seu relacionamento com a administração? Tem sido atendido em suas indicações?
Mulinha: Sim, tenho procurado fazer diversas indicações junto ao Executivo aos quais algumas são atendidas, ou seja, dos 100% que indico, me atendem em mais ou menos 2%, e assim mesmo por não terem opção, sendo que em muito das vezes ainda dizem que estão realizando a obra a pedido de outro vereador. Mas o importante para mim é que o que se é indicado seja atendido em favor da população.
JC: Você faz parte ou fazia parte do G7. Esse grupo ainda existe e qual é ou era seu objetivo?
Mulinha: Continuo fazendo parte do G7, que por enquanto se tornou em G6, visto que um dos vereadores aceitou a proposta de ficar do lado do Executivo, mas os demais membros do grupo preferiram não aceitar e continuam unidos. No início o Executivo tinha em sua base 10 vereadores, mas a falta de dialogo por parte do chefe do Poder Executivo e secretários com os vereadores da base e com a oposição, houve essa divisão. Alguns vereadores reclamavam que apenas três ou quatro vereadores eram atendidos pela administração.
Além disso, reclamavam que havia o interesse que a base votasse em todos os projetos que fossem enviados do jeito que quisessem. Aí nos reunimos com os insatisfeitos e criamos o G7 para que os vereadores pudessem ser ouvidos, atendidos em suas indicações e realizarem um melhor estudo dos projetos enviados sem o compromisso de votar em tudo que o Executivo enviasse, realizando possíveis acertos por meio de emendas.
Mas tudo feito com o compromisso de todos de fazerem uma oposição séria, sem prejudicar o Município. E tanto fizemos que nunca deixamos de votar qualquer projeto que fosse a favor da população, sendo que as vezes colocávamos emendas após realizarmos estudos nos projetos apresentados pelo Executivo, para uma melhor garantia para a população. E esse continua sendo o objetivo do grupo, esquecendo sempre o lado e as vaidades políticas, votando sempre em favor daquilo que é o melhor para o Município e a população.
JC O cargo de vereador é alvo constante em todo país de ataques por parte da imprensa, que tenta colocar a população contra os vereadores. Esse tipo de coisa prejudica o trabalho de vocês?
Mulinha: Sim. Temos sidos bombardeados constantemente por parte da imprensa que sempre procura uma maneira de tentar desmoralizar o vereador, sempre tentando jogar a população contra os mesmos. O que digo é o seguinte: quando assumimos a vida pública temos que estar preparados para as críticas, estar preparado para nossa reeleição ou não, por sermos alvos constantes de pessoas que querem de todas as maneiras nos desmoralizar, seja na vida pública ou privada, dizendo que o vereador ganha muito e não trabalha, que recebe diárias para andar a toa, dentre outras coisas, tentando de todas as maneiras denegrir a imagem do vereador, mas temos de estar preparado para isso.
Eu procuro responder a todos os questionamentos que me fazem, seja via rede social ou pessoalmente e sempre digo que procuro fazer jus ao que ganho e trabalhar como trabalhava nos locais onde trabalhei. Procuro me fazer presente todos os dias na Câmara Municipal, procuro atender a todos, independente da posição politica, se votou ou não em mim, e ajudar na medida do possível.
Recentemente fomos alvos de duras críticas por causa do uso de diárias, e como perguntou, posso dizer que isso prejudica em muito nosso trabalho, mas não me esquivei de dar as respostas, pois realmente faço uso de diárias e se encontra em total liberdade para que a população possa solicitar junto a câmara o romaneio que apresentamos de nossas viagens, que foram úteis ao Município, tendo em vista as emendas que conseguimos junto aos deputados estaduais, federais e senadores, em mais ou menos uns R$ 03 milhões, fazendo assim jus ao que gastamos. Mas ficará a cargo da população nos julgar no período eleitoral, nos reconduzindo ou não a Câmara Municipal.
JC: Você é um dos poucos vereadores que tem um carinho especial por parte dos eleitores. Isso te encoraja a alçar voos maiores na política?
Mulinha: Tenho procurado ser o mesmo Mulinha que fui quando era limpador de carro e bombeiro no posto ouro verde e posto São Francisco, onde trabalhei; o mesmo Mulinha diretor da Rádio Jovem Barra FM; o mesmo Mulinha diretor do Hospital Doutora Rita de Cassia, hoje Doutor Alceu Melgaço Filho; e o mesmo Mulinha que foi Chefe de Gabinete do ex-deputado Luciano Pereira, locais onde procurei atender a todos sem fazer acepção, sem olhar o status social e independente da posição política e, principalmente, não deixando que o poder viesse a subir na cabeça.
Quando entrei para a vida pública, apesar de sempre trabalhar para políticos, pois por mais ou menos 40 anos trabalhei com a família Pereira, entrei praticamente obrigado por não querer e por medo de não ser eleito e de não fazer a diferença que tinha feito nos locais por onde passei, e assim não honrar o nome de meu avô Geraldo Alves da Silva e de minha família.
E, como sempre, deixei nas mãos de Deus para decidir a minha vida e Ele me proporcionou vitória nestes dois mandatos, onde pude mostrar para a população, independente da posição politica, que procuro trabalhar para todos e para o meu Município, e que tenho procurado não deixar que o mandato de vereador suba a minha cabeça.
Quanto a alçar voos maiores, isso é o sonho de todos que se encontram no meio político, e hoje coloco o meu nome a disposição do grupo político ao qual faço parte e da população para uma pré-candidatura a prefeito do Município. Mas para que isso aconteça, assim como orei para que Deus me iluminasse e me mostrasse se era realmente aquilo que tinha para mim e que não deixe desonrar o nome de minha família e de meu avô, e entrego novamente nas mãos Dele esse desejo, para que se faça a vontade Dele e não a minha, e que caso um dia alcance voos mais altos, que não deixe a soberba do cargo a ser ocupado, se torne vaidade em minha vida e meu coração e faça-me mudar a minha maneira de ser.
JC: Para concluirmos nosso bate-papo, abro o espaço para suas considerações finais!
Mulinha: Quero agradecer a você por me permitir explanar a todos o meu mandato de vereador, dizendo que estou e sempre estarei à disposição de todos, independente de quem seja, pois a única vaidade que tenho e quero deixar é um legado para que minha família, meus familiares e amigos possam se orgulhar do período que ocupei a vida pública, procurando agir com honestidade em todos os meus atos, ser amigo de todos e que o poder não subiu a minha cabeça, mas que procurei tratar a todos igualitariamente. Sei que comentemos erros em as vezes no nosso falar e agir prejudicamos ou magoamos alguém; às vezes não temos condições de atender a todos quando somos procurados, mas temos a certeza de que nunca deixamos de atender quem quer que fosse.
No meu primeiro mandato tive condições de ajudar muito mais as pessoas, o meu Município e população, e na atual gestão estamos de braços e pernas atadas, sendo prejudicados e proibidos de realizar o trabalho como desejamos e realizamos no primeiro mandato. Mas mesmo assim Deus tem nos dado condições de poder ajudar através de amigos parte da população que nos procura, e o Município através das emendas parlamentares que temos conseguido junto aos deputados estaduais, federais e senadores, com condições de ajudar muito mais, mas temos sido privados.
Mas espero que um dia a politica fique apenas para o período eleitoral e que os eleitos trabalhem em função de todos.